Fortalecendo a coexistência nas cidades como instituições positivas, utilizando a neurociência, a psicologia positiva, a filosofia e as tradições

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Mig Ostoja

4/24/20237 min read

cidade com parques e pessoas felizes e mãos negras e brancas compartilham afeto
cidade com parques e pessoas felizes e mãos negras e brancas compartilham afeto

Descubra como a neurociência, a psicologia positiva, a filosofia e as tradições podem transformar nossas cidades em instituições positivas, promovendo a coexistência e o bem-estar coletivo. Leia agora e inspire-se com projetos urbanos inovadores ao redor do mundo!

As cidades são espaços onde as pessoas vivem em comunidade, interagem, trabalham e buscam a felicidade. No entanto, em muitas cidades, a coexistência pacífica entre os habitantes pode ser desafiadora. A violência, a discriminação e a falta de diálogo são alguns dos fatores que podem afetar a qualidade de vida nas cidades.

Diante desse cenário, é fundamental buscar formas de fortalecer a coexistência nas cidades, transformando-as em instituições positivas que promovam a saúde física e mental dos habitantes. Para alcançar esse objetivo, é possível utilizar diversos campos do conhecimento, como a neurociência, a psicologia positiva, a filosofia e as tradições.

Neurociência

A neurociência estuda a estrutura e as funções do sistema nervoso, identificando as causas biológicas para diversas doenças, entre elas, os transtornos mentais. Dessa forma, a neurociência pode ajudar a entender como o ambiente urbano pode afetar o bem-estar físico e mental dos habitantes das cidades. Por exemplo, a exposição a poluição do ar, barulho excessivo e o estilo de vida acelerado podem levar a transtornos mentais, como ansiedade e depressão [[3]].

Psicologia positiva

A psicologia positiva, por sua vez, estuda os efeitos da positividade e se propõe a mudar perspectivas de pensamento e comportamento, tornando a vida das pessoas mais leve e equilibrada [[4]]. Essa área pode ser aplicada em projetos urbanos para promover emoções positivas e relações saudáveis entre os habitantes da cidade, criando um ambiente propício para o bem-estar físico e mental [[1],[5]].

Filosofia e tradições

A filosofia e as tradições, por sua vez, podem contribuir para a construção de uma visão de mundo mais ampla e integrada, que valorize a coexistência pacífica entre os habitantes das cidades. A filosofia pode fornecer ferramentas conceituais para pensar as questões éticas, políticas e sociais que envolvem a vida urbana, enquanto as tradições podem oferecer lições valiosas sobre como as comunidades podem viver em harmonia e respeito mútuo [[2]].

Continuando a ideia, através da filosofia, podemos refletir sobre os valores e princípios que devem guiar o desenvolvimento urbano, como a justiça social, a igualdade e a sustentabilidade.as tradições nos mostram como os habitantes de uma cidade podem se conectar com sua história, cultura e identidade, criando um senso de pertencimento e comunidade.

Para fortalecer a coexistência nas cidades como instituições positivas, é necessário integrar essas diversas áreas de conhecimento em projetos urbanos que promovam o bem-estar físico e mental dos habitantes da cidade.

A neurociência pode ser aplicada para identificar os impactos da urbanização na saúde cerebral e emocional, enquanto a psicologia positiva pode ajudar a promover emoções positivas e relações saudáveis entre os habitantes da cidade.

Além disso, a filosofia e as tradições podem ser usadas para guiar o desenvolvimento urbano de forma justa, igualitária e sustentável, respeitando a diversidade e a identidade de cada comunidade. Isso inclui a criação de espaços públicos acessíveis e seguros, o incentivo à participação cidadã e a promoção da cultura e das artes.

Exemplos

Para ilustrar esses conceitos na prática, podemos citar alguns exemplos de projetos urbanos que têm sido desenvolvidos em diferentes partes do mundo.

Um exemplo é o “Projeto Linhão do Emprego”, uma iniciativa estratégica das gestões 1997-2004 em Curitiba, com o objetivo principal de gerar emprego e renda através da implantação de diversas obras viárias estruturantes das regiões sudoeste, sul e suleste do Município, além da implantação de equipamentos públicos (incubadoras de empresas, liceus de ofícios, vilas de ofícios, entre outros), e ajustes à legislação urbanística, em suporte a programas de fomento e capacitação ao empreendedorismo e geração de renda.

Ainda em Curitiba, o Projeto de gestão de risco climático no Bairro Novo do Caximba, é um exemplo em andamento de intervenção integrada e de coexistência.

Outro exemplo é o "Parque das Águas" em Medellín, na Colômbia, que transformou uma área antes dominada pelo crime em um parque público com diversas atrações e atividades, melhorando a qualidade de vida dos habitantes da cidade [2].

A "Rua Completa" em Nova York, nos Estados Unidos, é outro exemplo que transformou uma rua antes dominada pelos carros em um espaço público mais amigável para os pedestres, incentivando a mobilidade sustentável e a interação social [3].

Áreas de ação para promoção da coexistência urbana

Cabe evidenciar aspectos que ajudam para a ampliação da coexistência nas cidades:

1. Espaços públicos acessíveis e seguros:

Promovem a interação social, a atividade física e a inclusão de pessoas de diferentes idades e habilidades, fortalecendo a coexistência e a qualidade de vida urbana.

2. Incentivo à participação cidadã:

Ao envolver a população nas decisões sobre o desenvolvimento urbano, é possível construir cidades mais inclusivas e democráticas, onde as necessidades de todos são consideradas.

3. Promoção da cultura e das artes:

Ao valorizar a diversidade cultural e incentivar a expressão artística contribui para a identidade comunitária e a criação de ambientes urbanos empáticos e propícios à coexistência.

4. Mobilidade sustentável:

Ao incentivar o uso de meios de transporte sustentáveis, como bicicletas, transporte público, a pé, e no uso do solo promover a diversidade social, e reduzir o deslocamento entre habitar, educar, trabalhar, exercitar-se, recrear-se e o convívio individual e coletivo. Essas medidas reduzem a poluição, melhoram a qualidade do ar, além de promover a interação entre os habitantes em coexistência fraterna.

5. Planejamento urbano integrado:

Ao considerar e integrar as diferentes dimensões do desenvolvimento urbano (econômica, social, ambiental) em consonância com os valores humanos mais elevados contribui para a ação integrada visando o fortalecimento da coexistência positiva.

6. Habitação acessível e de qualidade:

Ao garantir que todos tenham acesso a moradias dignas e adequadas contribui para a redução das desigualdades e a promoção da coexistência.

7. Preservação do patrimônio histórico e natural:

A valorização e a conservação do patrimônio histórico e natural das cidades contribuem para a construção de identidade e de paisagem que estimulam a sensação de pertencimento.

8. Políticas de inclusão e combate à discriminação:

Ao implementar políticas que promovam a igualdade de oportunidades e o respeito à diversidade ajuda a criar ambientes urbanos mais inclusivos e harmoniosos, onde todos podem coexistir em crescente harmonia e solidariedade.

9. Gestão de resíduos e recursos naturais:

Ao desenvolver sistemas eficientes de gestão de resíduos e uso racional dos recursos naturais contribui para a sustentabilidade das cidades e a qualidade de vida de seus habitantes.

Por fim, vale destacar a importância da cooperação internacional nesse processo de transformação das cidades em instituições positivas. A rivalidade entre países pode muitas vezes prejudicar o desenvolvimento urbano, como podemos observar na competição entre Estados Unidos, Rússia e China [1]. No entanto, é possível cooperar em projetos urbanos que promovam a cooperação e a coexistência pacífica entre as cidades e os habitantes de diferentes partes do mundo.

Em suma, fortalecer a coexistência nas cidades como instituições positivas requer a integração de diversas áreas de conhecimento, como a neurociência, a psicologia positiva, a filosofia e as tradições. Esses conceitos podem ser aplicados em projetos urbanos que promovam o bem-estar físico e mental dos habitantes da cidade, respeitando a diversidade e a identidade de cada comunidade. A cooperação internacional também é importante para garantir um desenvolvimento urbano sustentável e pacífico.

Fortalecendo a coexistência nas cidades

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sugestões de leitura para conhecer mais sobre coexistência nas cidades:
  1. "Felicidade Urbana: Como criar cidades mais felizes e saudáveis" de Charles Montgomery: Este livro aborda estratégias e exemplos de como criar ambientes urbanos que promovam a felicidade e o bem-estar dos habitantes, contribuindo para a coexistência.

  2. "A Cidade e o Bem-estar: Perspectivas da psicologia positiva e da neurociência" de Jan Gehl e Birgitte Svarre: A obra explora como os conhecimentos da psicologia positiva e da neurociência podem ser aplicados no planejamento urbano para melhorar a qualidade de vida e promover a coexistência harmônica entre os habitantes das cidades.

  3. "A Cidade Justa: Desigualdades urbanas e a busca pela justiça social" de Susan Fainstein: Este livro discute como enfrentar as desigualdades urbanas e promover a justiça social nas cidades, criando ambientes mais inclusivos e igualitários que favoreçam a coexistência entre os habitantes.

  4. "Cidades para Pessoas" de Jan Gehl: A obra propõe um planejamento urbano centrado nas pessoas, destacando a importância dos espaços públicos e da interação social para a construção de vínculos de coexistência.

  5. "The Art of City-Making" de Charles Landry: O livro aborda a importância da criatividade e da inovação no desenvolvimento urbano, mostrando como a cultura e as artes podem contribuir para a criação de ambientes de coesão.

  6. "A Cidade e a Alma" de James Hillman: A obra propõe uma reflexão sobre a relação entre a cidade e a psicologia dos indivíduos, explorando como as características do ambiente urbano podem afetar a saúde mental e emocional dos habitantes e, consequentemente, a coexistência.

  7. Linhão do Emprego de Curitiba: O projeto Linhão do Emprego em Curitiba, Brasil, é um exemplo prático de como o planejamento urbano pode gerar empregos e renda, melhorando a qualidade de vida e promovendo a coexistência entre os habitantes da cidade.

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