Arquétipos e antigas tradições que moldaram o significado da Páscoa: Morte e Ressurreição de um Salvador

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Mig Ostoja

4/4/20234 min read

livros e a imagem do Cristo ressurrecto representam arquétipos e tradições que orientam os homens
livros e a imagem do Cristo ressurrecto representam arquétipos e tradições que orientam os homens

O significado da Páscoa no contexto da morte e ressurreição de um salvador é influenciado por uma ampla variedade de tradições e arquétipos. Desde mitos pagãos de fertilidade e renascimento até histórias de deuses morrendo e ressuscitando e a festa judaica da Pessach, todos esses elementos contribuem para a riqueza e a complexidade da Páscoa como uma celebração da vida, da renovação e da salvação.

A Páscoa é uma festividade religiosa que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. No entanto, o tema da morte e renascimento de um salvador ou herói não é exclusivo ao cristianismo. Este estudo explora os arquétipos e as antigas tradições que moldaram o significado da Páscoa, considerando o contexto mais amplo da morte e ressurreição de um salvador.

Mitos de fertilidade e renascimento

A Páscoa tem raízes em festividades pagãs que celebravam a renovação da vida e a chegada da primavera no hemisfério norte. No contexto dessas celebrações, a morte e a ressurreição eram vistas como partes integrantes do ciclo natural da vida. Algumas tradições incluem a deusa germânica Eostre, que representa a fertilidade e o renascimento, e a deusa babilônica Ishtar, cuja descida ao submundo e retorno simbolizavam a renovação da vida.

  • Eostre: A deusa germânica Eostre, cujo nome pode ter originado a palavra inglesa "Easter", era associada à primavera e à fertilidade. Festivais em honra de Eostre eram realizados durante o equinócio da primavera, quando os dias começavam a ficar mais longos e as plantas começavam a brotar.

  • Ishtar: A deusa babilônica Ishtar era conhecida como a "Rainha do Céu" e simbolizava a fertilidade e o amor. A história de Ishtar descendo ao submundo para resgatar seu amante, Tammuz, e retornando à vida é um exemplo de um mito de morte e renascimento.

Osíris, Dionísio e outras divindades

Em várias mitologias, a ideia de um deus morrendo e ressuscitando é comum. No Egito Antigo, o deus Osíris foi assassinado e ressuscitou, tornando-se o deus do submundo e da vida após a morte. Na Grécia Antiga, Dionísio, o deus do vinho e da fertilidade, também passou por um processo de morte e renascimento. Esses mitos de deuses morrendo e ressuscitando estabelecem um precedente para a história da morte e ressurreição de um salvador.

  • Osíris: Na mitologia egípcia, Osíris era o deus do submundo e da vida após a morte. Ele foi morto por seu irmão Seth, mas ressuscitou graças aos esforços de sua esposa Ísis e tornou-se o governante do submundo. O mito de Osíris simboliza a morte e o renascimento e era celebrado anualmente no Festival de Khoiak, quando os egípcios plantavam grãos em recipientes em forma de Osíris para simbolizar a ressurreição e a nova vida.

  • Dionísio: o deus grego do vinho, da fertilidade e do êxtase, Dionísio também tinha uma história de morte e renascimento. Ele foi desmembrado por titãs e, em seguida, ressuscitado por sua mãe, Sêmele. O mito de Dionísio representa a morte e o renascimento da vida vegetal e era celebrado através dos mistérios dionisíacos, onde os iniciados experimentavam uma união mística com o deus.

 

Zoroastrismo

O Zoroastrismo, uma antiga religião persa, possui elementos que podem ter influenciado as tradições cristãs da Páscoa. A crença zoroástrica na ressurreição dos mortos e no julgamento final tem semelhanças com as crenças cristãs sobre a ressurreição de Jesus e o Dia do Juízo Final.

Judaísmo e a Páscoa

A Páscoa cristã tem suas raízes no Judaísmo, mais especificamente na festa judaica da Páscoa (Pessach), que celebra a libertação dos israelitas da escravidão no Egito, conforme narrado no livro do Êxodo na Bíblia hebraica. Embora a ressurreição de Jesus não esteja diretamente relacionada à libertação dos israelitas, a ideia de um salvador que traz libertação e renovação é uma temática comum em ambas as tradições.

A Páscoa judaica é uma comemoração de libertação e renovação, e muitos dos rituais e símbolos associados a ela, como o cordeiro pascal e o pão ázimo (matzá), foram incorporados às tradições cristãs da Páscoa.

Durante a Última Ceia, que é frequentemente entendida como um jantar da Páscoa judaica, Jesus estabeleceu a Eucaristia, na qual ele ofereceu pão e vinho como símbolos de seu corpo e sangue que seriam sacrificados na cruz. A crucificação e ressurreição de Jesus são vistas pelos cristãos como cumprimento das profecias messiânicas judaicas e como um ato de salvação para toda a humanidade. Portanto, a Páscoa cristã incorpora elementos da Páscoa judaica enquanto estabelece um novo significado baseado na morte e ressurreição de Jesus.

Com o sumo desta breve pesquisa, conclui-se que o significado da Páscoa no contexto da morte e ressurreição de um salvador é influenciado por uma ampla variedade de tradições e arquétipos. Desde mitos pagãos de fertilidade e renascimento até histórias de deuses morrendo e ressuscitando e a festa judaica da Páscoa, todos esses elementos contribuem para a riqueza e a complexidade da Páscoa como uma celebração da vida, da renovação e da salvação. Essas tradições ressoam com a experiência humana do ciclo da vida e morte e a esperança de renascimento e redenção, tornando a Páscoa uma festividade profundamente significativa para muitas pessoas ao redor do mundo.

Arquétipos e antigas tradições que moldaram o significado da Páscoa

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